sexta-feira, 2 de novembro de 2012



Réquiem

Triste semana esta que marca a última edição do Jornal da Tarde, publicação que deixa marcas indeléveis para leitores e jornalistas, especialmente para mim, que fiz parte da equipe que imaginou e pôs em pratica uma maneira inovadora e singular de paginar e escrever um diário, nos tumultuados idos de 1967.

Por mais de um ano, até que me transferi para a Veja, em 1968, tive o privilégio de pertencer a uma família de notáveis da imprensa, capitaneados pelo  Mino Carta . Ainda estão vivos em minha memória os caóticos fechamentos de cada edição, em tardias madrugadas, que levavam à loucura os vetustos “velhinhos” do Estadão, obrigados geograficamente a uma convivência desconfortável com a tropa irreverente que o Mino juntou por aí, especialmente nas Minas Gerais.

Para além da tristeza, porém, fica a gratificação por eu ter sido ator e testemunha de algo que dividiu a história da imprensa escrita diária em antes e depois do Jornal da Tarde. E a certeza de que não teria sido o jornalista que sou sem a convivência profícua com tantos ícones da profissão, que o acaso juntou em um certo prédio da Major Quedinho.

Adeus, imorredouro JT.

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