terça-feira, 27 de novembro de 2012



Clarividência e sensatez
A anterior direção do Jockey Clube de São Paulo não soube garantir a presença de Alessandro Arcangeli à frente de sua Comissão de Corridas. Por divergências incontornáveis, Arcangeli demitiu-se, sem, contudo, se afastar do universo turfístico. Uma pena que isso tenha ocorrido, pois Alessandro é um dos poucos com capacidade para contribuir positivamente para que o turfe brasileiro seja outra vez uma atividade lucrativa.
A dimensão de sua importância pode ser aferida em uma longa entrevista concedida ao Jornal do Turfe e, em boa hora, publicada pelo Marcos Rizzon.  Ali estão estabelecidas, com extrema lucidez, as bases de um modelo de gestão capaz de tirar a entidade desse abismo em que se meteu por vaidade e incompetência de antigos e atuais dirigentes.  Todo aquele que ama o turfe não pode se furtar de acompanhar um dos mais precisos diagnósticos sobre como devam ser geridas as entidades que exploram corridas de cavalo.
Queiram os fados que, em algum momento, sua clarividência e sensatez venham a impregnar a mentalidade dos responsáveis pelos destinos do turfe brasileiro. Suas ideias são uma luz no fim do túnel.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012



Réquiem

Triste semana esta que marca a última edição do Jornal da Tarde, publicação que deixa marcas indeléveis para leitores e jornalistas, especialmente para mim, que fiz parte da equipe que imaginou e pôs em pratica uma maneira inovadora e singular de paginar e escrever um diário, nos tumultuados idos de 1967.

Por mais de um ano, até que me transferi para a Veja, em 1968, tive o privilégio de pertencer a uma família de notáveis da imprensa, capitaneados pelo  Mino Carta . Ainda estão vivos em minha memória os caóticos fechamentos de cada edição, em tardias madrugadas, que levavam à loucura os vetustos “velhinhos” do Estadão, obrigados geograficamente a uma convivência desconfortável com a tropa irreverente que o Mino juntou por aí, especialmente nas Minas Gerais.

Para além da tristeza, porém, fica a gratificação por eu ter sido ator e testemunha de algo que dividiu a história da imprensa escrita diária em antes e depois do Jornal da Tarde. E a certeza de que não teria sido o jornalista que sou sem a convivência profícua com tantos ícones da profissão, que o acaso juntou em um certo prédio da Major Quedinho.

Adeus, imorredouro JT.